ACI-E participa de audiência pública no Legislativo e aponta demandas e sugestões para a reconstrução

A Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E) tem se envolvido em diferentes frentes de trabalho voltadas à reconstrução de Encantado e da região após as enchentes. A Associação também tem participado de ações coletivas que tratam do planejamento de medidas capazes de mitigar os próximos eventos.

 

Na semana passada, dia 3 de julho, a presidente da ACI-E, Raquel Cadore, acompanhou a audiência pública promovida pela Comissão de Orçamento, Finanças e Infraestrutura da Câmara de Vereadores de Encantado para debater os impactos causados sobre as empresas e os produtores rurais. “Foi possível ouvir as demandas, preocupações e sugestões de todos os que se manifestaram. Sem dúvida, momento importante para fortalecer as parcerias público-privadas”, avaliou Raquel.

 

Levantamento da Associação aponta que pelo menos 400 das 3.183 empresas ativas no município sofreram prejuízos, entre elas, as maiores indústrias de Encantado, seja em número de empregos gerados, seja em retorno de ICMS. “É fundamental reconhecer o papel desempenhado pelo setor produtivo industrial, segmento responsável pela geração de empregos, renda, bem-estar social, base de sustentação dos cofres públicos, ou seja, responsáveis pela promoção do desenvolvimento socioeconômico no sentido amplo. Além disso, impulsiona o comércio local, pois contribui para o crescimento e a estabilidade financeira da nossa comunidade”, salientou.

 

Demandas e sugestões da ACI-E

A presidente Raquel Cadore aproveitou a audiência pública para formalizar ao Legislativo a entrega de documento em que reforça demandas e sugestões da ACI-E para esse período de reconstrução. Os apontamentos são os seguintes:

 

  • Recuperação da mobilidade e da logística, com o reparo das estradas, rodovias e pontes da região. No momento, há dificuldade de receber insumos e equipamentos e escoar os produtos aqui fabricados, além de ocorrer aumento dos custos do transporte;
  • Capacitação técnica de mão-de-obra, principalmente, em funções e atividades técnicas para diversos setores, a fim de não ficar dependente de mão de obra de outros municípios;
  • Medidas de melhoria na distribuição, garantia de eficiência e maior segurança nos serviços básicos: energia elétrica, abastecimento de água e saneamento básico, telefonia móvel, fixa e internet.
  • Estudo para recuperação do solo nas áreas rurais atingidas, que se tornaram improdutivas
  • Aquisição de área de terras para implantação de distrito industrial para empresas de diferentes setores e portes, possibilitando manter as organizações já existentes e atrair novas;
  • Levar ao Governo do Estado proposição para que “renuncie/isente” as empresas e dê quitação da linha de crédito Juro Zero, disponibilizada no período da pandemia;
  • Viabilidade de crédito pelo Governo de nova linha com juros zero e fundo garantidor às empresas de todos os portes;
  • Subsídios para pagamento integral dos salários pela União para manutenção dos contratos de trabalho;
  • Linha de créditos para capital de giro, com juros fixos de no máximo 4%, com carência de dois anos;
  • Linha de crédito para reconstrução e reposição de máquinas e equipamentos;
  • Linha de alongamento de financiamentos já existentes, com acréscimo de três anos de carência, a partir da tragédia;
  • Recomposição dos níveis básicos de arrecadação do governo do Estado para garantir o custeamento dos serviços públicos;
  • Linha de crédito específica para o turismo, tendo em vista que o setor não está contemplado nas linhas disponibilizadas;
  • Conectividade entre estradas municipais e atrativos turísticos públicos e privados para sustentar a economia, inclusive para o turismo rural;
  • Campanha envolvendo setor público e privado para fomentar o comércio local.

 

Ações durante a enchente de maio

Desde os primeiros dias da catástrofe climática, a ACI-E se mantém mobilizada para apoiar os associados e a população em busca de soluções que contribuam para a retomada do setor econômico e social. Confira os principais movimentos:

 

  • Participação ativa no Comitê de Crise criado pela Administração Municipal;
  • Administração do QG de recebimento e entrega de doações, em parceria com a Associação Amigos de Cristo e o Rotary;
  • Participação na criação da Associação SOS Habitar, em parceria com Associação Amigos de Cristo, CIC VT, OAB Encantado, Prodel – CT Ambiente Empresarial, Associação de Engenheiros e Arquitetos do Vale (Aseavale) e voluntários pessoas físicas;
  • Comunicação direta com a RGE, em parceria com a Administração Municipal, para auxiliar no reestabelecimento da energia elétrica em diversas localidades, agregando à estrutura local mais 25 equipes, compostas por 53 profissionais da área;
  • Disponibilização de caminhões-pipa para o abastecimento de caixas d’água nas comunidades;
  • Em parceria com o STR, UERGS, Emater, Secretaria da Agricultura, empresas do setor, a ACI-E agiu para minimizar os impactos gerados no meio rural, facilitando a liberação de acessos;
  • Disponibilização da estrutura física para os associados;
  • Pesquisa para levantamentos e demandas dos associados sobre perdas;
  • Isenção da mensalidade de maio;
  • Busca e divulgação de imóveis disponíveis;
  • Disponibilização de pix para doações. Os valores serão utilizados para auxiliar nas necessidades dos associados atingidos pelas cheias;
  • Auxílio e apoio aos prefeitos para imediata liberação das estradas;
  • Auxílio na limpeza de ruas e recolhimento de entulhos, limpeza de residências e empreendimentos por meio de voluntários;
  • Comunicação imediata por meio de Grupo de Empresas no WhatsApp;
  • Contratação do geólogo Leandro Petry, da Magma Geologia e Meio Ambiente, para avaliação em possíveis áreas de risco;
  • Atuação direta com a CIC-VT e a Federasul, junto aos governos estadual e federal na busca de recursos, auxílio humanitário e campanhas;
  • Disponibilização de profissional de TI para auxiliar na montagem de estações de trabalho, configuração de equipamentos e redes;
  • Formação de Grupo Estratégico para suprir as necessidades das empresas de forma mais ágil;
  • Lançamento da Campanha Esperançar com cronograma de atividades previsto até dezembro;
  • Mobilização com a CIC VT em prol da telefonia fixa, sendo que algumas operadoras já tiveram seus serviços reestabelecidos.